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Bispo assinou documento durante celebração, em Jundiaí / Divulgação |
Bispo dom Vicente Costa, da Diocese de Jundiaí, assina decreto que permite a cerimônia em 11 cidades
Por: Flávia Alves
Do BOM DIA em Jundiaí
O bispo dom Vicente Costa, da Diocese de Jundiaí, assinou na sexta-feira
(15) decreto que passa a permitir o batismo de filhos adotados por
casais homoafetivos nas 11 cidades sob a jurisdição dele: Jundiaí,
Cabreúva, Cajamar, Campo Limpo Paulista, Itu, Itupeva, Louveira,
Pirapora do Bom Jesus, Salto, Santana de Parnaíba e Várzea Paulista.
A solenidade ocorreu no altar da Catedral Nossa Senhora do Desterro,
durante missa pela comemoração do Dia da Padroeira, que dá nome à igreja
do Centro de Jundiaí.
Em seu discurso, dom Vicente explicou os motivos para as atualizações
nas diretrizes do sacramento do batismo. Sem fazer menção direta à regra
que atinge os casais homoafetivos, dom Vicente disse: “Maria é mãe da
evangelização. E como mãe acolhe e cuida de todo seu povo. A igreja
nunca se fecha. É preciso ter compaixão, assim como uma mãe tem para com
seus filhos”.
Com a igreja matriz lotada, os fiéis saudaram as mudanças que, segundo o
padre Leandro Megeto, fazem parte de um pedido antigo das paróquias das
11 cidades da diocese. “Começamos pelo batismo, que é o primeiro
sacramento oferecido pela Igreja. Foi um longo processo de quase três
anos de conversas”, afirmou.
De acordo o padre Megeto, a Igreja Católica está atenta aos apelos do
papa Francisco para estar aberta a todos, tornando-se mais atraente e
com maior acolhimento. “É um olhar de esperança para o futuro, por meio
de uma abertura aos novos tempos”, disse o padre.
Mudanças/ As novas “Normas e Diretrizes para o Sacramento do Batismo”
fazem parte do Plano Diocesano da Ação Evangelizadora. O texto
instituiu, também, que crianças com mais de 7 anos devem participar da
catequese do batismo junto com a catequese da Primeira Eucaristia, além
da possibilidade de escolha de apenas um padrinho ou madrinha para o
sacramento do batismo e o de crisma e o batismo para filhos de casais
sem casamento oficializado perante a Igreja.
Segundo dom Vicente Costa, o objetivo principal desta publicação é
resgatar o sentido original do batismo. “O papa Francisco ensina que o
batismo não é uma formalidade. É um ato que diz respeito à nossa
existência.”
Papa diz que homossexuais não devem ser julgados
Em sua vinda ao Brasil, em julho do ano passado, para a Jornada Mundial
da Juventude, o papa Francisco falou sobre a relação entre a igreja e os
homossexuais. “Se uma pessoa tem essa opção de vida, quem sou eu para
julgá-lo?”, afirmou na época.
Para ele, os homossexuais não devem ser julgados nem marginalizados e precisam ser integrados à sociedade.
Em junho, o Vaticano divulgou documento de trabalho para a assembleia
dos bispos que acontece em outubro. O evento vai discutir sobre a
família, com o tema: “Os desafios pastorais da família no contexto da
evangelização”. O documento é considerado nos meios eclesiásticos
especializados como “o mais realista” de que se tem notícia até o
momento.
A partir dele, os bispos irão tratar da questão do batismo de casais
homoafetivos, mesmo a Igreja sendo contra este tipo de união. O Vaticano
entende, dentro da evangelização, que é urgente a atenção do episcopado
mundial frente a estes desafios.
Fonte: Bom Dia Jundiaí, 21/08/2014
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