
A Capital de Mato Grosso é a cidade mais “perigosa” e homofóbica para homossexuais e travestis do Brasil.
O dado consta no Relatório Anual de
Assassinato de Homossexuais no Brasil, relativo ao ano de 2013 e feito
pela Organização Não Governamental (ONG) Grupo Gay da Bahia (GGB).
Segundo o estudo, foram 310 mortes no
país no ano passado e ainda uma transexual brasileira morta no Reino
Unido e um gay morto na Espanha.
De acordo com o Grupo, o número significa um assassinato a cada 28 horas.
O total de mortes é menor que o de 2012,
quando 388 gays, lésbicas ou travestis morreram, mas ainda assim
relevante, segundo o Grupo.
“Um pequeno decréscimo (-7,7%) em
relação ao ano passado (338 mortes), mas um aumento de 14,7% desde a
posse da presidente Dilma Rousseff (PT)”, constata a ONG na introdução
do relatório.
Cuiabá aparece em primeiro lugar em
termos relativos. Foram 17,6 homicídios para uma população de quase 570
mil habitantes. O segundo lugar é João Pessoa, Capital da Paraíba, com
14,3 mortes para 770 mil habitantes.
Em relação ao perfil das vítimas, o estudo relembra o caso do funcionário público Everaldo Gioli de Andrade, 37 anos (leia AQUI). O levantamento afirma que Andrade foi morto em março passado em um terreno baldio em Cuiabá e teve seu carro queimado.
“O corpo foi encontrado amarrado, com
visíveis sinais de tortura, com queimaduras feitas com pontas de cigarro
e com mais de 20 golpes de facas e buracos de balas pelo corpo”, diz
trecho.
Para a Organização Não Governamental, o
padrão predominante do assassinato contra homossexuais é que a vítima
seja assassinada dentro de sua residência, com armas brancas ou objetos
domésticos, enquanto as travestis e transexuais são mortas na pista, a
tiros.
Segundo o analista de sistemas Dudu
Michels, responsável pela manutenção do banco de dados da ONG, é preciso
que não haja ponderações para se taxar crimes de homofóbicos.
“Quando o movimento negro, os índios ou
as feministas divulgam suas estatísticas letais, não se questiona se o
motivo de todas as mortes foi racismo ou machismo, porque exigir só do
movimento LGBT atestado de homofobia nestes crimes hediondos?”,
questionou.
“Ser travesti já é um agravante de
periculosidade dentro da intolerância machista dominante em nossa
sociedade, e mesmo quando um gay é morto devido à violência doméstica ou
latrocínio, é vítima do mesmo machismo cultural que leva as mulheres a
serem espancadas e perder a vida pelas mãos de seus companheiros, como
diz o ditado, viado é mulher tem mais é que morrer!”, completou no
estudo.
Solução
Para o Presidente do Grupo Gay da Bahia,
Marcelo Cerqueira, há quatro soluções emergenciais para a erradicação
dos crimes homofóbicos no Brasil.
“Educação sexual para ensinar aos jovens
e à população em geral o respeito aos direitos humanos dos
homossexuais, aprovação de leis afirmativas que garantam a cidadania
plena da população LGBT, equiparando a homofobia e transfobia ao crime
de racismo; exigir que a Polícia e Justiça investiguem e punam com toda
severidade os crimes homo/transfóbicos e finalmente, que os próprios
gays, lésbicas e trans evitem situações de risco, não levando
desconhecidos para casa e acertando previamente todos os detalhes da
relação. A certeza da impunidade e o estereótipo do gay como fraco,
indefeso, estimulam a ação dos assassinos”, ressaltou.
2014
Apesar de o Relatório Anual de
Assassinato de Homossexuais no Brasil ser mais focado em 2013, o Grupo
Gay da Bahia levantou que em 2014 começou “mais sangreto”: só em janeiro
foram assassinados 42 LGBT, um a cada 18 horas.
do Midia News
por Isa Sousa
FONTE:AGENCIA LGBT
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