
Parceria entre Rio Sem Homofobia e Secretaria de Estado de Segurança promoverá nove encontros com policiais sobre homofobia e cidadania na Academia de Polícia

O coordenador do programa, Cláudio Nascimento,
 informou que na Primeira Jornada - realizada entre 2009 e 2011, 4 mil 
policiais militares e civis passaram pela formação. Ele disse que 
relatos da comunidade LGBT indicam que já é possível notar diferença no 
comportamento dos profissionais de segurança, mas revelou que os 
resultados mais expressivos serão notados em poucos anos. A participação
 nas aulas também mudou. “Hoje os policiais perguntam mais se colocam 
mais, trazem exemplos da sua atuação profissional. Questionam aspectos 
do que a gente apresenta, no sentido da ligação desses conceitos com a 
abordagem policial. Ou seja, aumentou a participação na sala de aula 
para interagir com o conteúdo proposto”, disse Nascimento em entrevista à
 Agência Brasil.
Encontros na Academia de Polícia (Acadepol) vai
 promover aulas como os temas homofobia, cidadania LGBT e práticas 
policiais cidadãs
Para o coordenador, a escolha da data foi proposital.
 “A gente quer demarcar uma mudança significativa do reconhecimento que 
existe uma lacuna e que precisa haver uma resposta do Estado. A gente 
reconhece que o Estado - seja municipal, estadual ou federal, ao longo 
da história do país foi e continua sendo um dos grandes violadores dos 
Direitos Humanos. Nosso papel como gestor público é atuar para diminuir 
esse prejuízo para a população”, disse.
Outro avanço 
apontado por Cláudio Nascimento é que 500 policiais que trabalham nas 
delegacias e nos núcleos de atendimento à mulher passarão pelo 
treinamento para atender lésbicas e bissexuais. O número, segundo ele, 
representa 100% do efetivo nestas delegacias e o treinamento será feito 
de abril a agosto deste ano. “É uma abordagem específica sobre as 
demandas dessas mulheres”, completou.
A inclusão de peritos na 
formação também é avaliada pelo coordenador como um avanço. Para ele, 
isso é um diferencial, porque estas pessoas trabalham na cena do crime e
 por isso podem atuar para a preservação do local e facilitar as 
investigações. “Para preservar a cena, garantir uma atuação ética na 
entrada da casa do indivíduo, tentar entender a dinâmica e apurar as 
infirmações. É fundamental que a gente passe as informações para este 
profissional para ele compreender também as dimensões ligadas à nossa 
comunidade, porque às vezes acontece de um crime acabar não tendo uma 
elucidação, por não ter informações mais amplas, que permitissem ao 
perito ter uma visão mais apurada”, explicou.Além do Rio, a jornada já passou por Niterói, Mesquita, São Gonçalo, Duque de Caxias, Volta Redonda, Queimados, São João de Meriti, Nova Friburgo, Petrópolis e até o fim do ano vai atingir todas as regiões do estado. As próximas etapas da Jornada serão realizadas em Macaé, na terça-feira (8) e Angra dos Reis, no sábado (15).
No município do Rio, as palestras foram realizadas em batalhões e delegacias de Botafogo, do Méier, de São Cristóvão, da Tijuca, do Leblon, de Copacabana, da Ilha do Governador, de Jacarepaguá, de Bonsucesso e Santa Cruz.
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