domingo, 22 de fevereiro de 2015

Educação sexual: precisamos falar sobre Romeo...

Foto: Lucas Landau

Nathália, Matheus e Daian protestaram pelo direito de Emilson (blusa bege) usar saia Foto: Lucas Landau
Todos de saia contra os rótulos

"Não acredito nas divisões entre o masculino e o feminino e, por isso, me considero agênero. Um dia, uma amiga deixou comigo uma saia do uniforme. Decidi ir à escola com ela. Ouvi uma piadinha ou outra, mas meus colegas de classe não se importaram. Na última aula, fui chamado à sala da gestão, onde estavam o coordenador pedagógico e a diretora adjunta. Ela começou dizendo que tinha contato com as discussões de gênero desde a faculdade. Também argumentou que, na Escócia, era normal que homens usassem saia, mas aqui no Brasil não. No fim das contas, eles queriam que eu tirasse a saia.

Não fui obrigado, mas a presença dos dois me fez pensar: ou eu tiro ou pode haver consequências ruins para mim. Na instituição em que estudo, uma escola pública tradicional do Rio de Janeiro, as organizações estudantis são muito fortes. Além do grêmio, também há uma frente liderada pelos alunos para fazer com que todos se sintam aceitos como são. Nós sempre realizamos atividades, palestras e atos para discutir temas ligados ao gênero e à sexualidade. Como protesto ao que tinha acontecido, promovemos um ‘saiato’ duas semanas depois. Mais de 30 alunos, homens e mulheres, foram de saia à escola no dia marcado. O caso repercutiu e saiu em diversos jornais. Infelizmente, a gestão da escola decidiu não tocar no assunto. Apesar de uma nota divulgada a um jornal, não houve nenhum tipo de discussão organizada pela escola."

COMO A ESCOLA PODERIA AGIR
Questionar desde a Educação Infantil as normas e os padrões associados a cada um dos gêneros é um passo inicial. A definição do que é roupa de menina e o que é roupa de menino também é feita por convenções que variam de acordo com a cultura e o local. Assim, não há porque proibir que um menino vista saia, se ela fizer parte do uniforme definido pela instituição. Se o uso causar comoção na escola, a situação pode ser utilizada para debater como se co

...Iana, Roberta e Emilson. A escola trata com preconceito quem desafia as normas de papéis masculinos e femininos. A seguir, uma discussão sobre sexo, sexualidade e gênero
FONTE:ABRIL

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