Maria Augusta Silveira diz que supermercado desistiu de contratá-la após descobrir que ela era transexual. “Fui chamada de ‘traveca’”, acrescenta
A transexual Maria Augusta Silveira, uma das primeiras pessoas a passar por uma cirurgia de mudança de sexo no Brasil, em 1998, acusa o Carrefour de desistir da sua contratação após saber da sua condição de identidade de gênero. Guta, como é conhecida, participou de um processo seletivo para trabalhar na unidade da rede de São José do Rio Preto, cidade do interior paulista onde mora.
Transexual
Maria Augusta Silveira foi uma das primeiras pessoas a passar por
cirurgia de mudança de sexo no Brasil (Foto: Reprodução / Facebook)
Ao tentar conseguir a efetivação da contratação, foi informada pelo RH do Carrefour que, assim que surgisse uma nova vaga, ela seria chamada pela empresa. Porém, no mesmo dia em que foi informada que a vaga já tinha sido preenchida, uma amiga de Guta, que trabalha no supermercado, entregou para ela um folheto que anunciava a mesma vaga para a qual ela havia se candidatado.
De acordo com a advogada Leandra Merighe, do Grupo de Amparo ao Doente da Aids, que possui um núcleo jurídico que presta apoio ao público LGBT, o Carrefour cometeu dois crimes no caso. O de preconceito contra a pessoa humana, previsto na Constituição, e o de discriminação trabalhista, enunciado em lei federal. A advogada está ajuizando uma ação indenizatória por danos morais contra o Carrefour.
O Carrefour informou, por meio de nota, que já se desculpou e explicou para Maria Augusta Silveira que houve um erro no processo de seleção. “Casos como este são pontuais e, assim que identificados, prontamente corrigidos”, diz a nota. A rede de supermercados afirmou também que iniciou um processo de reorientação de todos os envolvidos no caso de Guta, e demais colaboradores da unidade de São José do Rio Preto, para assegurar o cumprimento de suas diretrizes.
“A empresa reitera que tem uma rigorosa política de diversidade, difundida por meio de treinamento de seus 40 mil colaboradores, e repudia qualquer tipo de descriminação”, afirma o Carrefour na nota.
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