
A família Robertson mora em Washington, nos Estados Unidos. Além dos grupos de apoio, Linda, mãe de Ryan, criou um blog para contar a história do filho e aconselhar pessoas que vivem situações similares. Naquela conversa online entre ela e o filho, ele afirmou que não gostava da namorada da época e sabia que era gay, assim como ela sabia que não era lésbica. "Eu não gosto da Hannah. Ela é só um disfarce", relembra.
Na página inicial, ela resume os quase 9 anos que viveram com Ryan desde que ele se assumiu. A princípio, todos acreditavam na "cura gay". "(Quando ele se assumiu), dissemos tudo o que pais amorosos que acreditavam na Bíblia deveriam dizer: nós te amamos e isso é muito, muito difícil. Mas sabemos o que Deus fala sobre isso, então nós teremos que tomar decisões muito difíceis. (...) Outros homens passam pelo mesmo problema, mas Deus agiu neles para mudar seus desejos. Nós te daremos os livros deles, você pode ouvir os depoimentos deles. E nós confiamos em Deus nisto. (...) Você é jovem e a sua orientação sexual ainda está se desenvolvendo. Os sentimentos que você tem por outros homens não te faz ser gay. Então por favor não diga a ninguém que você É gay. Você ainda não sabe quem é. A sua identidade não é a de um gay, é a de um filho de Deus", conta Linda.

Linda conta que, aos 18 anos, Ryan estava em depressão, com aspirações suicidas, desiludido e convencido de que nunca seria amado por Deus. "Involuntariamente, ensinamos Ryan a odiar a sua sexualidade. E como a sexualidade não pode ser separada de uma pessoa, ensinamos Ryan a odiar ele mesmo", acredita. Nesta época,o jovem largou tudo se viciou em drogas. Começou com maconha e cerveja, mas em seis meses já estava usando cocaína, crack e heroína. "Ele era viciado desde o início e a sua raiva contra Deus só alimentou o vício", disse a mãe.
Em pouco tempo, a família perdeu o contato com o rapaz, que ficou desaparecido por um ano e meio. Foi nesse período que eles começaram a mudar de pensamento. "Paramos de orar para que Ryan virasse hetero. Começamos a orar para que ele soubesse que Deus o amava. Paramos de orar para que ele nunca tivesse um namorado. Começamos a orar para que um dia ele pudesse encontrar o seu namorado. Paramos até de orar para que ele voltasse para casa, só queríamos que ele voltasse para Deus", diz.

A mãe do jovem conta que, a partir daí, uma nova fase começou na vida da família, cheia de "cura, restauração, comunicação aberta e graça". "Deus estava presente em cada passo do caminho, nos conduzindo e orientando, gentilmente nos lembrando de apenas amar o nosso filho e deixar o resto com Ele", recorda em um trecho. Linda diz que aprendeu a apenas amar o filho, sem poréns, sem condições, só por ele existir. "Aprendemos a amar qualquer pessoa que o nosso filho amasse. E foi fácil. Aquilo que eu estava com tanto medo acabou se tornando uma bênção", acredita.
Um dia o jovem foi encontrar os antigos amigos e acabou usando drogas pela primeira vez em 10 meses. Ryan chegou ao hospital em coma, em condição crítica e passou 17 dias internado antes de falecer, em 16 de julho de 2009: "Perdemos a capacidade de amar o nosso filho gay, porque nós não tínhamos mais um filho gay. Então tudo o que nós desejamos, oramos e esperamos que acontecesse, que não tívessemos um filho gay, aconteceu. Mas não da forma como imaginávamos".


Atualmente, Linda e Rob comandam uma organização de apoio a portadores de AIDS, contribuem com um site da comunidade gay, lançaram um grupo LGBTTS na igreja que frequentam e rodam os Estados Unidos fazendo palestras em nome da comunidade LGBTTS
FONTE: EXTRA
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