quinta-feira, 13 de março de 2014

Grupo homofóbico pode ter relação com mortes e agressões

O envolvimento do grupo Irmandade Homofóbica com a morte de dois homossexuais e com agressões, denunciadas recentemente pelo Grupo Piauiense de Transexuais e Travestis, está sendo cogitado pelos militantes do Matizes. Isso porque, as ameaças direcionadas à Marinalva Santana foram feitas justamente três dias após ser veiculada uma entrevista na qual ela cobrava soluções para os casos.
Por outro lado, Marinalva deseja que essas desconfianças não sejam confirmadas. “Queremos que os casos não estejam relacionados, porque isso indicariam que o grupo já atua há muito tempo no Estado”, disse a militante do Matizes.
Fotos: Jailson Soares/ODIA

Marinalva Santana, militante do Grupo Matizes
Em Teresina, o presidente do Conselho Nacional LGBT, Gustavo Bernardes, se diz preocupado com a informação de que um grupo homofóbico atua no Piauí e acredita que o objetivo é intimidar os militantes para que deixem de fazer o seu trabalho. Por isso, denunciar o caso é sempre a melhor alternativa para evitar que as ameaças se concretizem.
Gustavo Bernardes veio ao Piauí para oferecer apoio e para cobrar das autoridades a apuração célere das denúncias. “Esse tipo de ameaça, de grupos neonazistas, é inédito no Nordeste. Até então, nós tínhamos conhecimento de casos assim somente no Sul e Sudeste”, destaca Gustavo.

Gustavo Bernardes, presidente do Conselho Nacional LGBT
Segundo o presidente da entidade nacional, a forma de agir se assemelha. “São sempre ameaças com bilhetes, pichações ou cartazes. A internet também é um instrumento bastante utilizado”, disse Gustavo, que defende a punição como a melhor forma de impedir a disseminação desses grupos.
Por outro lado, ele admite que é muito difícil descobrir os autores desses crimes. “Eles nunca se expõem, têm atitudes covardes e por isso é complicado fazer o monitoramento. Mas as polícias têm sido parceiras”, disse Gustavo, acrescentando que o líder de um grupo neonazista já foi preso pela Polícia Federal. “Esperamos que isso aconteça no Piauí. Que eles sejam descobertos e punidos”, completa.
Para Marinalva Santana, principal alvo das ameaças, a sensação é de tristeza, mas também de determinação. “Esse acontecimento serve para refletir práticas e estratégias, discutindo novas formas de preservar a integridade física dos militantes”, disse Marinalva, que está tomandos alguns cuidados seguindo orientação da polícia.
Fonte: Portal O Dia

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