Marinalva Santana recebeu ameaças na última semana
Autor: Jéssica Monteiro
O presidente do Conselho Nacional Contra a Discriminação LGBT, Gustavo Bernardes, esteve em Teresina nesta quarta-feira (12). A visita é para acompanhar as investigações acerca da ameaça feita contra Marinalva Santana, um das fundadoras do grupo Matizes.
“Tomei conhecimento do caso e entrei em contato com a Marinalva e com a delegacia responsável pra saber se a visita não atrapalharia as investigações”, explicou o presidente. Para Gustavo, o ponto mais grave desse caso é o fato do autor conhecer a rotina da vítima. “Isso é muito perigoso”, julga.
Marinalva Santana registrou na última semana um Boletim de Ocorrência na Delegacia Especializada de Repressão às Condutas Discriminatórias. Um grupo intitulado "Irmandade Homofóbica" postou no Facebook, na página do grupo Matizes, a seguinte frase: "A Irmandade Homofóbica manda lembranças - tu vai morrer". A postagem foi feita por um perfil denominado "Vanpelth", cuja foto era de um paranaense que recentemente foi preso em uma operação de combate à homofobia deflagrada em Curitiba.
“É uma agressão física e psicológica, mas não tenho medo”, declarou Marinalva. A militante argumenta que está adotando precauções, mas que a coragem permanece.
O crime está sendo investigado pelo delegado Sebastião Escórcio, titular da Delegacia de Proteção aos Direitos Humanos e Repressão às Condutas Discriminatórias, em parceria com a Delegacia de Crimes Virtuais. Se condenado, o responsável pelo crime de racismo, com apologia ao nazismo, pode pegar de dois a cinco anos de reclusão. “Na internet, o crime ultrapassa fronteiras. O Facebook é uma empresa americana que não está subordinada à legislação brasileira. Mas neste caso eles responderam rápido as nossas solicitações. Em um dia eles enviaram as informações”, explicou.
Preocupado com esse tipo de crime, o presidente do Conselho Nacional Contra a Discriminação LGBT tem acompanhado de perto casos dessa natureza. “É uma surpresa um registro desse crime aqui no Nordeste. Em geral isso é comum em estados sulistas. Mas temos que acompanhar de perto porque pode ser um embrião mas pode ser também uma organização criminosa”, relata Gustavo.
Fonte: Capital Teresina
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