O boneco que simboliza a diversidade do Carnaval pernambucano recebeu tratamento de estrela. Abrindo as dez alas do cortejo, o sorridente bonecão de trajes "pink" não ficou um menino sem posar para fotos com foliões de várias idades.
"O mundo é gay!", brinca Silvio Botelho, carnavalesco e organizador do desfile, que este ano chega à 27ª edição.
Cheio de expectativa, o público que acompanhou de perto a saída das alegorias --a cara do Carnaval da cidade-- deu de ombros para o preconceito.
De dez pessoas ouvidas pelo UOL, entre crianças, adultos e idosos, apenas uma, o aposentado Márcio Fernandes, que preferiu não revelar a idade, disse ter achado a ideia "meio estranha". "Parece o Félix da novela", compara.
Os outros nove se mostraram bem receptivos à proposta de Silvio Botelho. "O Carnaval é para todos. Se você não aceita, tem que pelo menos respeitar", diz a autônoma Silvia de Sá, 43.
"Não sabia que tinha esse boneco agora, mas, para mim, não tem problema. Todos são lindos", afirma a aposentada Maria da Conceição.
"Vim aqui com minha sogra e minhas filhas para prestigiar. Não tem problema nenhum. Acho que o importante é a festa", concorda o gerente de produção Márcio Fernandes, 33.
Criado por Botelho há quase três décadas, o desfile dos gigantes é uma forma de "fechar" o Carnaval de Olinda reunindo e homenageando a cultura popular dos bonecos.
A partir das 11h, eles arrastam foliões do pátio da igreja de Guadalupe, na Cidade Alta, rumo à região da prefeitura. Nas alegorias, nomeado famosos como Alceu Valença, Hugo Chávez e John Travolta se juntam à figuras mais tradicionais, como o Homem da Meia-Noite, a Mulher do Dia e o Menino da tarde, que em 2014 completa 40 anos.
"Os bonecos chegaram na hora exata. Porque o Homem da Meia-Noite reinou absoluto por 42 anos. Aí apareceu o Menino da Tarde e a coisa se proliferou nos blocos. Eles precisavam de uma festa só para eles", explica Silvio Botelho.
FONTE:UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário